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Uma paixão chamada viajar


Como lidar com a saudade de pegar a estrada em meio à pandemia

Em meio a essa pandemia, nos deparamos com diferentes situações: a falta de poder estar com nossa família, com nossos amigos, poder ir comer no nosso restaurante favorito, ou até mesmo para tomar um ar e sair da rotina. É difícil ficar livre das máscaras que ao mesmo tempo que nos protegem, de certa forma tiram nossa liberdade.

Neste momento, diferentes setores vão sentir o impacto do covid-19, mas o turismo será o mais afetado, sofrendo um baque na economia e levando mais tempo para se recuperar.

É possível tentar manter uma conexão com o público através da tecnologia. Recentemente diferentes lugares do mundo abriram suas portas de forma online, permitindo que o público tenha acesso a acervos, possa visitar museus e ver fotos de lugares maravilhosos tudo de forma virtual. Uma iniciativa muito importante, e é nessas horas de crise que podemos ver a importância dos avanços tecnológicos para a humanidade, mas nada compensa a sensação de poder visitar pessoalmente determinado lugar, se deslumbrar com a beleza, se encantar com a cultura, desfrutar da gastronomia e poder tornar momentos inesquecíveis através de fotos e memórias.

 

Um pouco sobre mim


Cresci na área rural no oeste de Santa Catarina, e como nunca saía, nem mesmo para visitar parentes, o meu mundo parecia tão pequeno, limitado, e eu nem pensava que um dia sequer teria um passaporte. Para algumas pessoas pode soar estranho e até mesmo sem sentido, mas essa era a minha realidade até os meus 18 anos de idade.

Foi em 2016 que as coisas começaram a tomar um rumo diferente, quando, que por um acaso, eu consegui a oportunidade de fazer um curso de curta duração em fotojornalismo em Barcelona, na Espanha. Eu confesso, jamais havia pensado na possibilidade de ir para o país.

Depois que o ensino médio acabou, por não ter condições financeiras e nem mesmo ter jornalismo na minha cidade, eu não estava cursando a faculdade. Naquele momento não seria possível me mudar para outra cidade. 

Sobre ir para Barcelona, como eu faria? Estava desempregada e minha família não tinha condições de pagar. Soltei a criatividade para ganhar dinheiro, fiz uma ação entre amigos, passei de porta em porta, comércio em comércio vendendo. Juntei tudo o que não usava e fui vendendo, fiz um brechó de garagem. Não consegui juntar muita coisa, mas deu para pagar o passaporte e passagem. A hospedagem foi por quase todo o período através do Couchsurfing, ferramenta que permite a troca de conhecimentos e cultura por hospedagem. (Mas esse assunto vai ficar para um outro artigo.)

O restante das despesas foram pagas com o auxílio dos meus pais, que mesmo em meio às dificuldades me deram um importante apoio nesse momento, e colaboraram para que essa experiência se tornasse real.

Primeira vez que iria viajar, e quem dirá sair do país. Que nervosismo, vesti minha melhor roupa, cometi alguns erros de principiante. Mas cheguei lá, a ficha demorou um pouco para cair, encontrei dificuldades, passei por altos e baixos. Mas independente disso eu aproveitei, caminhei muito pela cidade, aproveitei tanto que até esqueci de tirar fotos (risos). Hoje tenho poucas lembranças impressas dessa viajem, o que mais tenho são as memórias da minha primeira viagem.

Um dos principais cartões postais da Europa, a igreja La Sagrada Família é um grande templo católico
Se me arrependo de algo? Sim, de algumas coisas. Principalmente por não ter me informado melhor, minha falta de conhecimento sobre viajar foi uma dificuldade para mim.

Mas vou contar pra vocês, depois que tive a oportunidade, eu sinto que posso abraçar o mundo. Eu sou capaz de fazer qualquer coisa para alcançar e realizar meus sonhos. Existe muito, mas muito mais do que aquela cidade de interior. O mundo é grande, são muitos costumes, belezas e culturas, e é nosso dever explorar, viajar, se apaixonar.

Como não se apaixonar pela praiade de Mataró, cidade próxima a Barcelona. Foto: Jessica Edel
Comecei recentemente com a ideia de escrever em um blog de viagens, mais especificamente em meados de junho de 2019. Hoje escrevo nesse blog sobre locais acessíveis, explorando as oportunidades existentes próximas da minha região. Mostrando sobre lugares conhecidos que tenho a oportunidade de visitar, mas também de lugares que poucos conhecem, cidades menores que têm coisas interessantes e potencial para o turismo.

Porque sim, viajar é mágico, abre a nossa mente, amplia nosso conhecimento e a nossa capacidade de sonhar. Viajar nos transforma, nos enriquece de conhecimento, de cultura, de lembranças.


Como esquecer dos passeios pelo Bairro Gótico?
Quando isso tudo passar, vamos viajar, viver novas experiências. Não precisa ser para um lugar do outro lado do mundo, ou para um local luxuoso se você não tiver condições financeiras. Abra sua mente, veja com outros olhos o que há na sua cidade, nas cidades vizinhas e viva novas experiências. Valorize o turismo.

Galeria de Imagens

*** É expressamente proibida a reprodução de qualquer fotografia e texto aqui publicados sem a atribuição dos devidos créditos à autora. Dúvidas e sugestões podem ser enviadas ao e-mail jessicagedel@gmail.com

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Jessica Edel

Com início no meio jornalístico antes mesmo de iniciar a graduação, já passei por veículos de rádio, televisão, web, inclusive com breve colaboração ao Uol.
Após ter a oportunidade de trabalhar em diferentes meios, decidi me dedicar ao que mais me cativa: o jornalismo de Turismo.
Aqui no Notas de Viagem exponho minhas experiências em diferentes destinos pelo Sul do país.