blog Foto: Jessica Edel / Notas de Viagem

Um refúgio familiar em meio à natureza: conheça a Pousada Dona Selma em Bom Jesus do Oeste (SC)


Eu o descrevo como um local simples e acolhedor

 

Vamos a mais uma descoberta turística pelo oeste catarinense: a Pousada Dona Selma.

Um lugar simples, rodeado pela natureza. Eu o descrevo como um daqueles espaços utilizados como inspiração para as antigas canções sertanejas, como a música Saudades da Minha Terra, que fala sobre a intensa nostalgia pela origem rural, contrastando com a felicidade encontrada na vida simples do campo. 

Saímos de Nova Itaberaba até a pousada e levamos pouco mais de uma hora para chegar ao local. Localizada na Linha Lamb, em Bom Jesus do Oeste, é necessário percorrer cerca de 3 quilômetros de estrada de terra para chegar até a hospedagem. A estrada está em boas condições.

Importante destacar que o local faz parte Circuito Velho Oeste, uma rota de cicloturismo de 322 km que percorre 13 municípios, com partida e chegada em Cunha Porã. 

Importante informar que, se você espera luxo e não possui afinidade com o simples, o local não é para você. Como costumo dizer, o luxo é estar em meio à natureza.

Ali, a mata traz o frescor em um dia quente de verão, o canto dos pássaros contrasta com o rádio, e a simplicidade faz morada.

Situada na propriedade da família Kuhn, a Pousada Dona Selma começou a escrever sua história em 2020; a casa foi desmontada e reconstruída no local onde está atualmente, foi neste período que recebeu os primeiros móveis e objetos. 

Iniciou suas atividades em 2021 e, desde então, recebe pessoas de diversas regiões. Se tornou, também, fonte de conhecimento para estudantes de diferentes idades que chegam até ali em excursões escolares.

A casa, que é feita de madeira, também têm pedras em sua construção. No porão, foram adicionadas pedras da própria propriedade. A residência abriga área externa, sala, cozinha e dois quartos no primeiro andar. Também têm o sótão, onde há camas e colchões para grupos maiores. 

É importante também destacar que, em um dos quartos tem cama com colchão de palha e travesseiros feitos com penas, itens comumente utilizados no passado.

 

Ali também tem o banheiro na área externa que simula uma patente. Calma, não é uma de fato, apesar da madeira com o buraco, há vasos sanitários. É o cenário rústico que combina com o ambiente histórico. 

A casa também é um museu e abriga um acervo de itens variados, que vão de embalagens à móveis antigos. 

Surgimento do nome

A dona Selma Lamb Henicka é vizinha da família Kuhn e antiga proprietária da casa. O nome foi escolhido como uma forma de homenageá-la, pois morou por muitos anos na residência.

Inclusive, há imagens e objetos dela para manter viva a memória de momentos marcantes, como do casamento, por exemplo.

A família conta que a inspiração para dar início ao empreendimento turístico veio das casas antigas das famílias da comunidade. “A ideia era fazer com que as pessoas viajassem no tempo e tivessem a experiência de como era o dia a dia de antigamente”, afirma Jaqueline Kuhn, uma das proprietárias do local.

Ela conta ainda que alguns móveis foram adquiridos por meios próprios e outros através de doações feitas pela comunidade. “Preservamos a história e a cultura guardando móveis, objetos e utensílios que têm origem e contam histórias do oeste catarinense. Queremos que o visitante saia daqui com a sensação de ter feito uma viagem no tempo”, afirma.

Gastronomia

Comer ali é uma verdadeira viagem no tempo por meio da gastronomia. Em uma mesa posta com produtos coloniais, o visitante fica em dúvida sobre o que provar primeiro durante o café da manhã ou da tarde. Há pão feito com Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), neste caso, com flores comestíveis, uma verdadeira obra de arte.

Também é oferecida uma variedade de geleias: de amora, framboesa, pêssego, figo, fisális, jabuticaba e pitanga. Há ainda a tradicional chimia de tacho, melado, doce de leite, ricota e manteiga. Também têm puína, queijo normal e temperado.

Essa variedade de produtos também está disponível para comercialização, e os visitantes podem levar para casa aqueles de que mais gostaram.

Não posso esquecer do waffle, uma receita feita no fogão a lenha que remete aos tempos de infância. Tenho memórias afetivas de quando era criança e minha mãe fazia waffle com todo o carinho. Devo confessar que essa lembrança estava adormecida e foi despertada com a experiência gastronômica na Pousada Dona Selma.

“É uma receita muito antiga, feita no fogão a lenha, na waffleira, e é servida no café da manhã e da tarde. Também fazemos polenta recheada, que é um prato típico da nossa família e que servimos aos hóspedes. O pão de abóbora com fermento natural, combinado com as flores comestíveis, virou nossa marca registrada”, ressalta Jaqueline.

Companhias diferenciadas

Ah, sobre o café (da manhã ou da tarde), não posso deixar de comentar que a experiência é acompanhada por outros membros especiais da família: os gatos.

Durante o café, é bom ficar atento, pois os bichanos (mansos e carinhosos) não perdem tempo em “conseguir” uma comidinha (risos). 

Eu amo animais e não vejo problema algum, mas, se você tiver alguma alergia ou não tiver afinidade com gatos, recomendo conversar com a família antes de ir ao local.

Contato com a natureza 

Como mencionei anteriormente, ali você tem um contato direto com a natureza. A pousada, cercada por mata nativa, é um refúgio tranquilo que também abriga outras belezas naturais, entre elas, suas cachoeiras.

São três ao todo, tivemos a oportunidade de conhecer duas. O acesso é feito por uma trilha leve, de aproximadamente 1.000 metros, ideal para quem gosta de caminhar e apreciar o ambiente ao redor.

A guia foi a melhor que poderíamos ter: Melissa, uma cachorrinha marrom que têm muito amor pra dar.

O local também conta com uma área de acampamento equipada com churrasqueiras, banheiro, balanços e uma faixa de slackline, atividade onde uma corda fica esticada entre duas árvores, perfeita para quem quer se divertir e testar o equilíbrio.

Eu realmente gosto desse tipo de ambiente, me sinto acolhida, me sinto em casa. 

Ali tudo é convidativo: a receptividade, o ambiente familiar, a sensação de uma viagem no tempo, a natureza, os animais. Recomendo para aqueles que, assim como eu, desfrutam do simples, valorizam a singeleza da vida. 

Recomendo a valorização de locais como a Pousada Dona Selma. Acredito que, a cada dia que passa, haverá um reconhecimento dos espaços turísticos no meio rural, uma valorização da nossa cultura regional. 

Quem quiser visitar, pode se hospedar ou também realizar uma visita guiada. 

Eu devo confessar que gosto de conhecer os locais com calma, sem guia, então ao ir na cachoeira, fomos sozinhos (bom, não completamente pois a Melissa, a cachorrinha, estava junto). 

Devido ao tempo, por residimos no interior e termos atividades em casa, não foi possível nos hospedarmos no local. 

Valores

Optei por não expor valores aqui, pois com o tempo, pode haver reajustes e essa informação pode ficar desatualizada no site. Caso tenha interesse em conhecer a Pousada Dona Selma, pode entrar em contato através do Instagram @pousada_dona_selma

Localização

Essa reportagem não é publicidade. Foi feita apenas para informar sobre mais um atrativo no Oeste de SC. Esse é o principal objetivo do Blog Notas de Viagem.

Para parcerias, entre em contato através do e-mail jessicagedel@gmail.com ou siga no Instagram @notas_de_viagem

Caso queira ver com mais detalhes as imagens da galeria abaixo, clique para ampliar. 

Galeria de Imagens

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Jessica Edel

Com início no meio jornalístico antes mesmo de iniciar a graduação, já passei por veículos de rádio, televisão, web, inclusive com breve colaboração ao Uol.
Após ter a oportunidade de trabalhar em diferentes meios, decidi me dedicar ao que mais me cativa: o jornalismo de Turismo.
Aqui no Notas de Viagem exponho minhas experiências em diferentes destinos pelo Sul do país.