blog Foto: Jessica Edel / Blog Notas de Viagem

Conheça o Centro Histórico Germânico em Itapiranga


O local preserva memórias relacionadas à imigração alemã na região

Imagine você estar em um museu ao ar livre, em um ambiente que remete à um tempo antigo, com construções e réplicas de edificações antigas que marcaram toda a História de uma comunidade! No extremo oeste de Santa Catarina, há um lugar onde você pode conhecer de perto, os hábitos e costumes de um povo que ajudou a escrever a história da região de Itapiranga, que, antes de sua emancipação, chamava-se Colônia Porto Novo.

O Centro Histórico Germânico é parada obrigatória na passagem em Itapiranga, assim como Stoffel Turismo Rural (clique aqui e conheça), o Centro Histórico faz parte de um projeto turístico que vem conquistando seus visitantes. 

Neste artigo eu vou trazer informações breves sobre minha passagem por lá. Acho interessante não contar todos os detalhes, o objetivo é despertar a sua curiosidade e deixar você viver a experiência de visitar uma atração tão importante, a qual te permite conhecer de perto a história da região. 

 

Sobre o Centro Histórico Germânico

Inaugurado oficialmente em 7 de maio de 2021, o Centro Histórico Germânico preserva a arquitetura, memórias e acontecimentos históricos relacionados à imigração alemã na região, e permite ao visitante fazer uma viagem no tempo e conhecendo melhor a importante história de um povo batalhador. 

Um projeto particular, sem investimento público, teve sua sementinha plantada há cerca de 30 anos, quando o seu idealizador, Inácio Oswald, viajou até Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul e se deparou com o Parque Aldeia do Imigrante, local que serviu de inspiração para o projeto de Itapiranga. 

 

Temáticas presentes no centro histórico:

  • Chegada dos imigrantes alemães na região de Porto Novo

  • Trabalho;

  • Religiosidade; 

  • Lazer e sociabilidade; 

  • História da família de Otto e Helena Oswald (pais do idealizador do projeto); 

  • Museu do suíno - espaço voltado à memória da suinocultura;

  • Casa do cooperativismo - o local apresenta a história do cooperativismo na região oeste; 

 

Se você, assim como a autora que lhe escreve, têm admiração por cultura, história ou arquitetura alemã, vai se encantar pelo passeio. 

A seguir, veja imagens de algumas atrações que você vai encontrar por ali. Caso queira ver imagens mais detalhadas, basta acessar a galeria ao final do artigo.  

 

Trilha dos animais

Com esculturas feitas e distribuídas em meio à mata, você verá alguns exemplos de animais que habitavam a região nos primeiros anos de colonização. É um ótimo passeio para as crianças, que terão a oportunidade de conhecer melhor a fauna regional. 
 


As esculturas de animais foram feitas por uma empresa localizada em São Martinho (RS). Foto: Jessica Edel / Notas de Viagem

 

Casa do Imigrante

Pertencente à família Wohlfart, a casa do imigrante foi construída no ano de 1935 na comunidade de Linha Presidente Becker, interior de Itapiranga. A edificação foi construída por Franz Deiss, mesmo construtor, que, com suas mãos abençoadas, construiu a Igreja Matriz de São João do Oeste.

No local é possível ter uma noção de como era a vida da família, começando pela arquitetura da casa, construída em madeira, pertences da família, algumas atividades como o fumo de corda, pipas e garrafões representando a produção do vinho artesanal, que era feito no porão de casa, com todo o amor e capricho durante as décadas de 50 e 60. É importante destacar que a construção é original, a casa foi desmanchada e reconstruída no Centro Histórico. 

Casa Oswald

Réplica da residência de Otto Oswald e Helena Buss, pais de Inácio Oswald (idealizador do Centro Histórico Germânico), a construção chama a atenção pela humildade e aconchego. Não é difícil imaginar como era a rotina da família por ali, seja para acender o fogão a lenha, fazer um café ou chá no bule, sentar-se à mesa para uma refeição ou dormir. A casa original foi construída por Leopoldo Buss e Edgar Paulus no ano de 1938 na Linha Baú, interior de Itapiranga.

Curiosidade:
Foi feito um projeto arquitetônico, enviado para a empresa Voles (em Blumenau), empresa familiar especializada em construções na técnica enxaimel, onde fizeram através do provejo essa casa e, quando os encaixes ficaram prontos, enviaram para o Centro Histórico, onde foi feita a montagem. 

 

Estufa de fumo

Uma tradição mantida por alemães das antigas colônias do Rio Grande do Sul, a plantação de fumo era uma das principais atividades econômicas na região de Porto Novo nas décadas de 40 e 50. Certamente, o Centro Histórico Germânico dispõe de um espaço explicativo sobre a produção dessa cultura. 

 

 

Galpões

Ao chegar na região dos galpões, é possível observar na parede (do Galpão 1), diversas ferramentas agrícolas, além de esculturas de alguns animais, como os bois e cavalo, animais de extrema importância para a realização de atividades diários no campo, como; transporte de madeira, preparar o solo para a plantação de produtos agrícolas e o funcionamento da Moenda, instrumento utilizado para moer a cana-de-açúcar. 


Esculturas construídas pelas mãos do escultos Gilson Mees. Fotos: Jessica Edel / Notas de Viagem 

 

No segundo galpão, é possível observar equipamentos mais modernos, em comparação com as diversas ferramentas expostas no primeiro galpão.  Ali é possível observar a evolução de equipamentos agrícolas, que não necessitam da utilização de bois ou trabalho manual para o seu funcionamento. 

Moinho

Eu sou uma pessoa que simplesmente adora visitar antigos moinhos, ao longo dessas andanças pelo sul, vi essas construções em diferentes arquiteturas. Utilizado em maior escala antigamente, os moinhos servem para moer grãos e obter farinha, seja de trigo ou milho. Essa atividade teve papel importante no desenvolvimento da comunidade de Porto Novo, provendo o sustento das famílias que viviam naquela região. 

Ao observar o moinho e entender melhor seu funcionamento, me recordo das vezes em que meu pai (morador de Concórdia e de família alemã) fala sobre a felicidade das crianças quando a mãe fazia pães (muitos) e bolachas, sempre com farinha de moinho. Quando os filhos tinham que ir a cavalo até o moinho buscar farinha das melhores espigas para produzir alimento.

Essa experiência me faz refletir sobre, como as coisas mudaram com o passar dos anos, claro, há novas tecnologias facilitadoras na nossa vida, mas o que é feito de maneira artesanal, tem um sabor diferente. E com a farinha, não pode ser diferente! 

 

 

Igreja / Escola 

Uma construção singela em madeira, mas que chama a atenção de longe pela sua beleza, a igreja construída no Centro Histórico Germânico tem por objetivo a preservação de características da primeira igreja, construída em 1935 na Linha Presidente Becker.

Aos finais de semana a edificação funcionava como igreja, onde a comunidade católica se reunia. Já, de segunda a sexta-feira, o local era utilizado como escola para as crianças da comunidade.

Com certeza deve ser emocionante para àqueles que aprenderam a ler e escrever na igreja original, olhar essa edificação, mesmo que réplica, e recordar o quão importante foi para o crescimento de uma comunidade. A exemplo da casa Oswald, a igreja também foi construída pela empresa Voles na técnica enxaimel e uma equpe de construtores local, finalizou o projeto com a aplicação de tábuas na parte externa. 

Hotel

Eis mais uma construção que chama a atenção de quem gosta de edificações antigas; essa construção trata-se do primeiro hotel de Porto Novo, construído em 1928 pela família Schoeler na comunidade de Sede Capela. De acordo com informações divulgadas pelo Centro Histórico, a edificação estava localizada na rota de passagem de balsa e serviu como área de hospedagem para os primeiros imigrantes que chegavam até a região.

A estrutura da edificação era dividida em três pavimentos: 

  • Sótão - área de hospedagem 
  • Térreo - Moradia da família (ambiente privado) 
  • Porão - Dispensa, local usado como armazém de alimentos. 

Uma equipe de construção desmanchou a construção original e reconstruiu no Centro Histórico. Hoje, é possível ver de perto como é a estrutura dessa construção imponente. No porão há um restaurante, onde você pode se refrescar ou comer algum lanche enquanto desfruta da bela paisagem. Eu garanti minha cerveja gelada da Lass Berg, marca cervejeira com raízes em Itapiranga. 

Casa do Cooperativismo 

Edificação construída na técnica enxaimel, a Casa do Cooperativismo tem por objetivo expor a história relacionada às práticas comerciais do início da colonização em Itapiranga. Ali estão preservados itens ligados às principais cooperativas da região.

O cooperativismo tem papel fundamental na construção de uma sociedade, o ato de cooperar fez com que a antiga Colônia Porto Novo crescesse e se desenvolvesse, para se tornar a bela Itapiranga que conhecemos hoje. 

Ao lado da Casa do Cooperativismo você verá um jardim em formato diferente: o Suíno de Rosas. Você deve estar se questionando o motivo pelo qual decidiram criar um jardim em formato de suíno... A explicação é simples, é uma homenagem à relevância que o animal tem para a família Oswald (idealizadores do Centro histórico) e para o desenvolvimento econômico da região. 

 


Museu do suíno 

Um local com peças e imagens retratando suínos em diferentes situações, o museu do suíno vai te mostrar os pontos mais importantes referentes à atividade da suinocultura nos conceitos históricos, culturais e econômicos na região. Ali você verá esculturas em madeira construídas por Ambrósio Muller, funcionário do Centro Histórico. 

Minha perspectiva

Acho que deveria dividir este artigo em dois, caso escrevesse sobre cada atrativo do local. Além dos locais citados em tópicos e com imagens acima, você também vai encontrar lá no Centro Histórico Germânico: 

  • Cenários tranquilos em meio à natureza, com jardins e área para descanso;
  • Casa do artesão; 
  • Trilha do conhecer; 
  • Trilha do bambu; 
  • Arapuca gigante; 

Você também vai encontrar gentileza e muita organização. Ali você tem a liberdade de conhecer tranquilamente cada pedacinho da história, tirar muitas fotos, comer um lanche e contemplar a natureza.

A visita superou minhas expectativas, falo isso por amar conhecer esses lugares, valorizar e divulgar para que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecer locais como o Centro Histórico Germânico, onde possam "viajar no tempo" e valorizar os atrativos que temos na nossa região.

Também falo isso, pois, além das memórias afetivas de mais um lugar conhecido, também retornei para casa com belas fotos. 

Meu agradecimento especial ao Edevaldo Kraemer da Muvex Turismo, que cuida do local e dos visitantes com muita atenção e carinho. Espero poder retornar em breve. 

 

Para você saber antes de visitar: 

Horários de atendimento

  • Domingo - 10:00 as 19:00 horas.
  • Segunda-feira - Fechado
  • Terça-feira - 13:30 as 19:00 horas.
  • Quarta-feira - 13:30 as 19:00 horas.
  • Quinta-feira - 13:30 as 19:00 horas.
  • Sexta-feira - 13:30 as 19:00 horas.
  • Sábado - 13:30 as 19:00 horas.

Tabela de ingressos (por idade)

  • 0 a 5 anos - Isento
  • 6 a 11 anos - R$ 18,00
  • 12 a 59 anos - R$ 36,00
  • Valor de R$ 29,00 para compra antecipada e apenas nesta faixa de idade. É necessário adquirir o ingresso um dia antes da visitação pelo Whatsapp (49) 3677-0836.
  • 60 anos acima - R$ 18,00
  • Estudantes e professores - R$ 18,00 mediante apresentação de comprovante.
  • ASSOCIADO DO SICOOB tem 15% de desconto no valor do ingresso, somente na hora.

Formas de pagamento

  • Dinheiro;
  • Cartão;
  • Pix
  • Transferência Bancária.

Para mais informações, você pode entrar em contato através do Whatsapp (49) 3677-0836 (clique aqui

Localização: 

Galeria de Imagens

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Jessica Edel

Com início no meio jornalístico antes mesmo de iniciar a graduação, já passei por veículos de rádio, televisão, web, inclusive com breve colaboração ao Uol.
Após ter a oportunidade de trabalhar em diferentes meios, decidi me dedicar ao que mais me cativa: o jornalismo de Turismo.
Aqui no Notas de Viagem exponho minhas experiências em diferentes destinos pelo Sul do país.